As stablecoins estão a tornar-se uma moeda alternativa no Brasil
28 jan 2025
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A rápida disseminação das stablecoins no Brasil está a tornar-se uma dolarização natural da economia. O Tether USDT e o USD Coin, ligados ao dólar norte-americano, estão a ganhar ativamente posições nos mercados emergentes da América Latina, onde as moedas tradicionais apresentam instabilidade.
A experiência histórica de choques inflacionistas na região contribui para a procura da população por instrumentos de poupança fiáveis. Durante o ano passado, o real brasileiro perdeu cerca de 25% do seu valor em relação ao dólar americano, o que aumentou o interesse dos cidadãos em activos alternativos. Juntamente com os investimentos tradicionais em imóveis e metais preciosos, as stablecoins estão a tornar-se um instrumento financeiro atrativo.
A capitalização bolsista do setor das stablecoins ultrapassou os 200 mil milhões de dólares, sendo os tokens lastreados em moeda dos EUA os mais procurados na América Latina. As estatísticas da Receita Federal brasileira mostram que em julho de 2024, mais de 4,1 milhões de cidadãos realizaram transações com ativos digitais, sendo que a participação do USDT representava mais de 90%.
Paolo Ardoino, CEO da Tether Limited, destaca a posição dominante do USDT no primeiro trimestre de 2023, quando o volume de transações atingiu os 37,1 mil milhões de reais, representando 81% do total de rotação de criptomoedas e stablecoins no país.
Apesar da contínua confiança no sistema bancário brasileiro, a popularidade do USDT continua a crescer. A parceria da SmartPay com a Tether proporciona o acesso ao USDT através de uma rede de 24 mil ATM em todo o país, permitindo aos cidadãos utilizar os tokens para pagamentos diários através do sistema de pagamento Pix.